Lubrificação da corrente de transmissão (I)

 

A lubrificação da corrente de transmissão é a tarefa de manutenção mais necessária e de execução mais frequente, caso a nossa moto não disponha de transmissão por junta homocinética (vulgo cardan) ou correia de transmissão seca.

Porém, negligenciada por alguns, ou mal executada por outros, a sua deficiente lubrificação é proporcional à diminuição da sua durabilidade.
Para contrariar o desgaste prematuro, há no mercado várias soluções para o efeito, desde dispensadores manuais de lubrificante, a outros semi-automáticos e mesmo integralmente automáticos.
Abordarei neste post, apenas os sistemas de lubrificação não automáticos.

Há-os em spray, bisnaga ou a granel quanto à forma de apresentação, e existem tanto como massa ou óleo.

 

São apresentadas vantagens aos utilizadores dos lubrificantes mais sólidos (massas), tais como mantendo maior aderência à corrente e assim sujando menos a jante traseira, mas relativamente ao fim a que se destina, pessoalmente este argumento não me convence.
Aliás, cheiram-me todos a preguiça!
Prefiro sempre um bom óleo em vez da massa lubrificante, apesar da projecção por centrifugação de pequenas gotículas de óleo para a jante e zonas periféricas, às quais se agarrarão as poeiras suspensas no ar. Prefiro isso, a que fiquem agarradas à corrente.
Depois há a questão do dispensador, usualmente sob a forma de spray, bastante prático.
No aspecto ambiental, a maioria destes sprays já não contêm CFC's. Porém não permitem a reutilização da embalagem. Quando acaba, vai para o lixo.

Eu prefiro óleo, para lubrificar a transmissão das minhas motos.

É recomendado pelo fabricante (ver manual do utilizador), tem maior poder lubrificante pois penetra melhor entre as peças móveis da corrente, e é aí temporariamente armazenado graças aos O-rings. Importa por isso, escolher um óleo não agressivo para estes componentes.

Mas como? Qual a viscosidade?


Isto consegue-se adquirindo os óleos dos fabricantes de sistemas de lubrificação automáticos (ex. Scottoiler), ou experimentando vários óleos. Pessoalmente, experimentei vários, mergulhando O-rings em diversas amostras de óleo durante alguns meses, e verificando posteriormente o estado de conservação e elasticidade dos mesmos.

Por razões comerciais, e face às limitações do seu produto, a Scottoiler recomenda a viscosidade em função da temperatura ambiente, disponibilizando o óleo em duas cores, consoante a temperatura.

Como a variação da temperatura em Portugal não é muito elevada, utilizo sempre um grau de viscosidade entre SAE75 e 90.
Nos testes que efectuei, obtive melhores resultados com óleos lubrificantes para correntes de motosserra. A razão prende-se com o facto de serem mais aderentes que os lubrificantes auto. Entre as minhas escolhas, optei pelo óleo STIHL. É excelente!

Quanto ao dispensador, embora neste momento utilize dispensadores totalmente automáticos (com electrónica e mecânicas concebidas por mim), durante muito tempo utilizei uma pequena embalagem de iogurte liquido com tampa roscada, onde pelo interior desta colocava um pincel cortado e aparafusado . Para lubrificar a corrente, aproximadamente de 500 em 500 km, pincelava a corrente.


Afinal, que motociclista não gosta de dar umas pinceladas Piscar de olho?

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