Tomada para acessórios eléctricos

 

Para quem viaja de moto, cedo surge a necessidade de ligar acessórios eléctricos móveis, quer seja para utilização durante a viagem (GPS, intercomunicador, etc.), ou simplesmente carregar o telemóvel. A maior parte das motos comercializadas - não sei bem porquê - não incorporam este acessório de série.
Surge então a dúvida, de que tipos de conector teremos disponíveis no mercado para este tipo de utilização a 12 VCC (doze volt em corrente contínua).

Na prática temos dois tipos :

As vulgares tomadas de isqueiro, na minha opinião apenas servem para este mesmo efeito (ligação de isqueiro), já que o sistema de fixação que incorporam é básico, não permitindo contacto eléctrico franco. Porém, a maior parte das fichas disponíveis nos acessórios a ligar, são compatíveis com este tipo de tomadas.

 

Depois, existe um outro tipo de binómio tomada/ficha, normalmente utilizadas nas motos alemãs. Trata-se de um sistema de conexão originalmente criado pela Bosch, mas hoje disponibilizado por inúmeros fabricantes, nomeadamente italianos. Se estas últimas são mais baratas, as originais alemãs são electricamente mais robustas, permitindo a circulação de correntes elevadas.

A sua instalação numa moto é fácil, e devido ao seu reduzido tamanho, poderão até instalar-se várias e em diversos locais numa moto. Como acessório, possuem uma tampa de protecção contra o pó e líquidos, e o seu sistema de encaixe permite ligações eléctricas estáveis e sólidas. Porém tem a desvantagem do tipo de ficha utilizado não ser considerado standard para quase todas as ligações eléctricas dos gadgets hoje existentes.

Então, como compatibilizar a robustez com a necessidade?


Na minha opinião, este dilema poderá ser resolvido construindo ou adquirindo mini-extensões eléctricas. Criando uma extensão com uma mini-ficha Bosch numa das extremidades, e uma ou duas tomadas standard na outra, veremos a nossa necessidade colmatada.

 

Num próximo post, explicarei como poderemos ligar acessórios eléctricos de forma mais correcta e segura nas nossas motos. Tomada para acessórios eléctricos Blogger Labels: Bosch,Isqueiro,Tomada

Lubrificação da corrente de transmissão (I)

 

A lubrificação da corrente de transmissão é a tarefa de manutenção mais necessária e de execução mais frequente, caso a nossa moto não disponha de transmissão por junta homocinética (vulgo cardan) ou correia de transmissão seca.

Porém, negligenciada por alguns, ou mal executada por outros, a sua deficiente lubrificação é proporcional à diminuição da sua durabilidade.
Para contrariar o desgaste prematuro, há no mercado várias soluções para o efeito, desde dispensadores manuais de lubrificante, a outros semi-automáticos e mesmo integralmente automáticos.
Abordarei neste post, apenas os sistemas de lubrificação não automáticos.

Há-os em spray, bisnaga ou a granel quanto à forma de apresentação, e existem tanto como massa ou óleo.

 

São apresentadas vantagens aos utilizadores dos lubrificantes mais sólidos (massas), tais como mantendo maior aderência à corrente e assim sujando menos a jante traseira, mas relativamente ao fim a que se destina, pessoalmente este argumento não me convence.
Aliás, cheiram-me todos a preguiça!
Prefiro sempre um bom óleo em vez da massa lubrificante, apesar da projecção por centrifugação de pequenas gotículas de óleo para a jante e zonas periféricas, às quais se agarrarão as poeiras suspensas no ar. Prefiro isso, a que fiquem agarradas à corrente.
Depois há a questão do dispensador, usualmente sob a forma de spray, bastante prático.
No aspecto ambiental, a maioria destes sprays já não contêm CFC's. Porém não permitem a reutilização da embalagem. Quando acaba, vai para o lixo.

Eu prefiro óleo, para lubrificar a transmissão das minhas motos.

É recomendado pelo fabricante (ver manual do utilizador), tem maior poder lubrificante pois penetra melhor entre as peças móveis da corrente, e é aí temporariamente armazenado graças aos O-rings. Importa por isso, escolher um óleo não agressivo para estes componentes.

Mas como? Qual a viscosidade?


Isto consegue-se adquirindo os óleos dos fabricantes de sistemas de lubrificação automáticos (ex. Scottoiler), ou experimentando vários óleos. Pessoalmente, experimentei vários, mergulhando O-rings em diversas amostras de óleo durante alguns meses, e verificando posteriormente o estado de conservação e elasticidade dos mesmos.

Por razões comerciais, e face às limitações do seu produto, a Scottoiler recomenda a viscosidade em função da temperatura ambiente, disponibilizando o óleo em duas cores, consoante a temperatura.

Como a variação da temperatura em Portugal não é muito elevada, utilizo sempre um grau de viscosidade entre SAE75 e 90.
Nos testes que efectuei, obtive melhores resultados com óleos lubrificantes para correntes de motosserra. A razão prende-se com o facto de serem mais aderentes que os lubrificantes auto. Entre as minhas escolhas, optei pelo óleo STIHL. É excelente!

Quanto ao dispensador, embora neste momento utilize dispensadores totalmente automáticos (com electrónica e mecânicas concebidas por mim), durante muito tempo utilizei uma pequena embalagem de iogurte liquido com tampa roscada, onde pelo interior desta colocava um pincel cortado e aparafusado . Para lubrificar a corrente, aproximadamente de 500 em 500 km, pincelava a corrente.


Afinal, que motociclista não gosta de dar umas pinceladas Piscar de olho?

Lubrificação da corrente de transmissão (I)  Blogger Labels: Corrente de transmissão,Lubrificação

Clubes : entre a decadência e o sucesso

 

Ao longo da minha vida, tive a sorte de pertencer, ou de ter pertencido a clubes e associações ímpares no seu género. Quer pelo serviço que prestam ou prestaram à comunidade, quer pelos interesses que defendem ou defendiam à época em que existiram ou a ele(a)s pertenci. Todas elas sem fins lucrativos, viviam sobretudo das quotizações a que os sócios se obrigavam, e da habilidade da direcção para reunir o maior número de apoios junto de entidades públicas e privadas.

Dentre eles, recordo :


  • A ARC - Associação Rádio Cidadão - uma associação de entusiastas da Banda do Cidadão, constituída por jovens e menos jovens. Foi uma verdadeira escola de aspirantes a radioamadores, reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho em torno deste fenómeno que foi a Banda do Cidadão, e entre nós, pelos serviços prestados à comunidade. Granjeou o título de instituição de utilidade pública. Penso até que, juntamente com o Caparica CB, foram estas as únicas associações do género a possuir este relevante título.
  • A LIPA - Liga de Iniciação e Propaganda Aeronáutica - mais do que um grémio associativo, era uma escola de iniciação aeronáutica (aeromodelismo) ímpar. Nunca existiu nada assim no país.

Saudosamente, a ARC encerrou as portas no início dos anos 90 do século passado, vitima da incúria e irresponsabilidade de alguns sócios com menor capacidade de trabalho e dinamização.
Quanto à LIPA, passou por momentos muito difíceis e não sei de vingou perante a decadência do associativismo em Portugal. Estes dois úteis meios de divulgação técnica e forma de ocupação pela aprendizagem, são o espelho de uma sociedade aparentemente decrepita e desmobilizada.

Porém há excepções. Pelo menos, conheço uma excepção.

MCP desde 1986

Pois bem, sou sócio desta instituição não há muito tempo. Apesar de saber da sua existência, nunca me tinha despertado o interesse conhecê-la. Como muitos, pensava eu, porque razão iria interessar-me por um clube de motociclistas. Um local onde à partida, apenas encontraria homens, e entre uns copos de cerveja, uns 'burn-out' e outros tantos 'ratéres'.
Foi um amigo que me encorajou numa sexta-feira a lá ir tomar um café. Confesso que fui... apenas por ir.
Quando lá entrei pela primeira vez, fiquei impressionado positivamente. Apesar de ninguém me conhecer, fui bem recebido. O meu amigo apresentou-me aos seus conhecidos, mas foi de forma reservada que pude observar a quantidade de objectos, fotos e troféus conquistados ao longo dos seus quase 25 anos de existência, expostos na pequena (grande) sede em frente ao liceu Aurélia de Sousa.


Mas algo me impressionou ainda mais, para além de não ter encontrado nada do que sustentara até aí o meu preconceito. A quantidade de senhoras e crianças que lá se encontrava. A tal ponto, que cheguei a casa e dei conta à minha mulher da minha admiração.
Levei-a lá. Aos meus filhos de 13, 12 e 6 anos, também.
Hoje estamos presentes, sempre que possível em família, em muitas das inúmeras actividades do clube, cujo dinamismo da sua direcção teima em não fazer decrescer.

Mesmo com o insustentável custo da gasolina.


Um exemplo de sucesso a seguir.

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